Wemerson S. Silveira | Psicólogo Clinico e Palestrante

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Liderança e ansiedade na pandemia

O líder e a ansiedade em tempos de pandemia

Como as empresas lidam com o líder e a ansiedade?

Sabemos que o Brasil já era o país mais ansioso do mundo e, também, apresentava a maior incidência de depressão da América Latina. impactando cerca de 12 milhões de pessoas. Porém durante a pandemia, a situação se agravou. Estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UEFJ) revelou um aumento de 90% nos casos de depressão. Já o número de pessoas com crises de ansiedade e sintomas de estresse agudo praticamente dobrou entre março e abril de 2020.¹

Outra pesquisa, encabeçada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), demostrou que, entre maio, junho e julho do ano passado, 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa. ¹

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Está em uma posição de liderança implica em assumir uma série de responsabilidade. Além de estar em um aprendizado continuo. Para lidar com os desafios que permeiam o cargo, o desenvolvimento profissional e pessoal do líder.

Muitas vezes esta responsabilidade do escopo diário de trabalho e da vida do profissional, somado a um possível ambiente desfavorável no trabalho, a pressão social e cobranças excessivas, podem trazer consequências negativas para o líder em tempos “normais” com a pandemia isso só potencializou.

O que potencializa ainda mais esses números é o cenário de solidão, insegurança, angústia e instabilidade econômica. Além da briga política que causa ainda mais incertezas diante de notícias desastrosas e faltas de medidas eficazes.

Somando tudo isso ao luto que milhares de pessoas tem vivido, pessoas perdendo famílias inteiras e não tendo tempo de vivenciar seus lutos porque precisa saber como está o parente internado.

Isso tudo pode ser crucial para o desenvolvimento do trabalho de um líder. Pois sua performance pode ser abalada, a ansiedade deixa de ser natural e passa a ser uma patologia. Afetando o bem estar biopsicossocial do indivíduo.

Quando isso acontece o líder pode perder facilmente o foco de suas atividades, baixa criatividade, dificuldade para resolução de problemas e assim não consegue gerir com eficaz uma equipe.

Vale ressaltar, que não é só no ambiente de trabalho que o individuo é afetado, mas também o cotidiano individual adoeceu. Diversos estudos apontam para um crescimento no consumo de bebidas alcoólicas, cigarro e comida ultra processada nesse período de pandemia. Em contra partida, hábitos saudáveis, como exercícios físicos, sono de qualidade e boa alimentação perderam terreno.

Leia também: Burnout é considerada doença ocupacional

O que as empresas podem fazer para evitar a ansiedade do lider?

Se essa ansiedade não for tratada poderá facilmente se tornar algo crônico e conduzir o líder e sua equipe para um fracasso profissional. Por isso é de extrema importância para as empresas desenvolverem medidas para trabalhar com o bem-estar da empresa e preparar lideres capazes de entender seus limites e potencializar suas habilidades.

Valorizar o ser humano

As empresas cada vez mais tecnológicas, vem desenvolvendo aplicativos, maquinas, computadores e etc., para “facilitar” a mão de obra, entretanto, recentemente ouvir uma frase em uma reunião de uma pessoa que disse “precisando humanizar os robôs”­. Os robôs citados são as automações do whatsapp que as empresas tem utilizado de forma exponencial. Porém falar com um robô pode tornar a experiência do cliente muito chata, por esse motivo a ideia de “humanizar os robôs” para desenvolverem respostas mais pessoais. Para que o cliente se sinta como se tivesse falando com outro ser humano.

Entretanto, ao longo do tempo o que percebemos é que o ser humano vem perdendo o seu valor como ser humano. Algo muito liquido, usando aqui a ideia de Zygmunt Bauman. Alguns Recursos humanos não tem nada de humano ao olhar para o individuo adoecido. E por incrível que pareça em pleno 2022 ainda vemos padrões que tem a mentalidade de demitir aqueles que não produzem suficiente, sem nem ao menos entender o que esses indivíduos passam.

As empresas precisam investir em um tratamento mais humanizado aos seus colaboradores, entender sobre o bem estar dos colaboradores, desenvolver um ambiente saudável. E como consequência um ambiente mais produtivo.

Entender as limitações do líder.

Mesmo em um papel de liderança, existe a necessidade da compreensão e empatia pelo ser-humano. Por isso é importante a empresa entender as limitações que esse líder possui, desenvolvendo ferramentas para potencializar suas habilidades. Como por exemplo, mentorias, treinamentos, reuniões para aprimorar suas habilidades. Pois muitas vezes, o líder só é chamado para uma reunião para apresentar resultados e serem cobrados, sem ter a oportunidade de ser visto como ser humano.

Entender os impactos da pandemia.

A empresa precisa compreender os impactos biopsicossocial do coronavírus. Pois em uma simples analise percebemos que a COVID 19 trouxe impactos biológicos, sociais e psicológico para todo mundo.

Embora pareça que o pior momento da pandemia já passou, mas esse cenário é volátil. Logo, é importante que as empresas reflitam e pensem nas medidas que serão adotadas. Sem parecer que está improvisando, mas sim que todas as medidas estão sendo tomadas baseadas em relatórios, e evidências. Essa postura aumentará a confiança do líder e da equipe.

Os lideres.

Sendo assim é de extrema importância o líder está aberto para receber da empresa. Sem hostilidade as medidas que poderão ajudar no desenvolvimento da equipe. Para isso o líder:

  • Não pode reclamar do momento atual, isso não ajuda em nada
  • Deve falar das suas dificuldades com superior, ninguém tem uma bola de cristal.
  • Não deve focar no desânimo, afinal de contas, um líder desmotivado não tem como motivar uma equipe.

Se projetar para o futuro, como escreve John P. Kotter (Accelerate) “Liderança é apontar uma direção. É, por meio de uma estratégia, empoderar e ajudar pessoas a realizar sonhos com energia e velocidade. Em seu sentido mais básico, liderança é mobilizar um grupo a saltar rumo a um futuro melhor”. Por isso mesmo no momento de pandemia o líder deve continuar motivando a sua equipe e desenvolvendo o trabalho da melhor forma possível. Para tanto, continuar a fornecer feedbacks constantes (principalmente os positivos), fazer reuniões semanais (ou como de costume), fazer as cobranças levando em consideração a condição de cada colaborador.

E lembre-se sempre que não se sentir bem peça ajuda!

Marque sua consulta!

 

¹ FONTE: https://www.nossasaude.com.br/dicas-de-saude/pandemia-aumenta-casos-de-depressao-e-ansiedade-no-brasil/

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